Às vezes tenho 9, é quando brinco com a minha filha, quando vivo um momento de cada vez – como se fosse único, também sinto uma curiosidade quase infantil sobre todas as coisas do mundo – um eterno aprendiz.
Quando olho para a minha namorada com paixão, tenho 19, me permitindo amar como se não houvesse amanhã e, ao mesmo tempo, como se tivesse todo o tempo do mundo.
Tenho a garra e determinação profissional de 29, como se tivesse a recém começado a vida, com a sensação de que vou realizar muitas coisas importantes.
Com 39, me sinto na melhor forma profissional, com mais maturidade, muito cedo para ser considerado velho para o mercado de trabalho.
Quando enxergo o mundo com mais tranquilidade, com a certeza que, de uma forma ou de outra, no final tudo se ajeita, que o mundo não foi feito em um dia e tudo tem o seu tempo, me percebo com 49.
Com 59: mais da metade da vida se passou e ainda tenho muito a realizar, preciso correr…
Olhando para trás, com 69, vejo que poderia ter passado com mais tranquilidade por muitos momentos da vida.
Às vezes sinto como se tivesse 79 ou 89, porque me pergunto: “será que já estou velho pra tudo isso?” – mas imediatamente respondo: “nunca é tarde”.
Enfim, quando tenho vontade de me transportar de volta aos 9, para começar tudo de novo com a experiência que tenho hoje, me sinto com 99. Aí surge a dúvida: faria tudo diferente? – A resposta logo vem: “Não! Seria mais leve e feliz, vivendo um momento de cada vez, porque cada momento é único”.
Ah! Ia esquecendo… Na carteira de identidade diz que tenho 49.
Vinicius Michalski
Nesse mundo, pouco se cria e muito se copia. Copie à vontade, mas credite a autoria.
