O medo é interessante: na dose certa nos ajuda a sobreviver, mas um pouco mais pode nos congelar ou até nos levar a cometer atos insanos.
Trago aqui um poema da minha querida amiga Alexandra Beurlen, que conta a incrível jornada de um medo paralisante.
Conheço muito bem essa jornada, pois, hoje não tenho vergonha de dizer: já fui viciado em tarja preta porque tinha um medo paralisante.
O medo é um dos sentimentos mais primitivos e mora na parte mais profunda da mente. Por mais que eu saiba conscientemente qual é o medo, não é tão simples tratá-lo.
Só me libertei de tudo isso quando entrei em contato com a parte mais profunda da minha mente inconsciente com técnicas avançadas de hipnose.
Segue o poema e, ao final, mais comentários:
De repente, o medo me invadiu
O medo de adoecer
O medo de morrer
O medo de saber
O medo de não saber
O medo do que aprender
O medo de onde escutar
Sorrateiramente, o medo me tomou
Tomou minha calma
Tomou minha alma
Tomou meu corpo
Tomou meus olhos
Tomou minha garganta
Tomou meus pulmões
Sem que eu permitisse, o medo me paralisou
Medo de dizer sim
Medo de dizer não
Medo de ficar
Medo de fugir
Medo do silêncio
Medo da palavra
Aos poucos, no entanto, descongelei
Não precisei falar nem calar…
Me ouvi, ou simplesmente ouvi
Não precisei fazer… aquietei
Me aqueci
Não precisei não saber, nem saber… entreguei
Nem sei ao certo a quem…
No auge do medo, quando me dei conta
Fechei os olhos
Achei o ar que faltava
Estenderam-se mãos estranhas
Estranhamente amigas
Juntas as minhas e as outras
Criei força pra seguir, apesar do medo
Ainda tenho medo, não vou mentir
Mas aprendi e queria te dizer
Que se não precisares que eu fale ou cale
Que eu saiba ou esqueça
Que eu faça ou aquiete… estou aqui
Sou mãos apenas…
Mas juntos, podemos seguir!
(por Alexandra Beurlen)
As “mãos estranhamente amigas” que me salvaram, são as que ofereço hoje aos meus clientes e amigos, pois o que me salvou, se tornou o meu trabalho.
Então, quanto ao seu medo, uso as palavras da Alexandra: “Sou mãos apenas… Mas juntos, podemos seguir!”
PS: Um agradecimento especial à Alexandra por ter criado e autorizado a publicação desse maravilhoso poema.
