Hoje, 30 de agosto de 2025, o Brasil amanheceu mais silencioso. Um silêncio que carrega o peso da saudade, a ausência de uma das mentes mais brilhantes e bem-humoradas que já tivemos o privilégio de ler. Luis Fernando Verissimo nos deixou. E com ele, um pouco da graça, da ironia fina e da inteligência que transformavam o nosso cotidiano em crônicas geniais.
Lembro-me de descobrir Verissimo ainda jovem, de como suas palavras me capturaram de imediato. Ele tinha o dom raro de nos fazer rir de nós mesmos, de expor as nossas manias e as contradições da sociedade com uma leveza que só os grandes mestres possuem. Quem não se pegou rindo sozinho com as tiradas do Analista de Bagé ou refletindo com as observações da Velhinha de Taubaté?
Verissimo era um craque na arte de observar. Seus textos eram um espelho da alma brasileira, um retrato fiel e, ao mesmo tempo, caricato das nossas vidas. Ele transformava o trivial em extraordinário, o corriqueiro em uma profunda reflexão sobre a existência. Tudo com uma simplicidade que nos fazia sentir próximos, como se estivéssemos conversando com um velho amigo em uma mesa de bar.
Mais do que um escritor, Verissimo era um estado de espírito. Uma forma de enxergar o mundo com mais humor e menos seriedade. Ele nos ensinou que é possível ser profundo sem ser pedante, que a inteligência e a graça podem e devem andar de mãos dadas.
Hoje, as palavras parecem insuficientes para expressar o tamanho da perda. Fica a gratidão por cada texto, cada risada, cada momento de reflexão. Verissimo se foi, mas sua obra permanece, imortal. E em dias cinzentos, sempre poderemos abrir um de seus livros para encontrar um pouco de luz e um bom motivo para sorrir.
Obrigado por tudo, mestre. Sua ausência será sentida, mas seu legado é eterno. 💚🙏
