Ela Vivia no Topo do Mundo… Até que o Mundo Desabava. 😱
Para as amigas, ela era a alma da festa. Cheia de energia, criatividade e planos grandiosos: numa semana, decidia que iria criar uma startup revolucionária; na outra, planejava uma viagem de volta ao mundo com um otimismo contagiante. Dormia pouco, falava muito e sua mente parecia disparar a mil por hora, conectando ideias que ninguém mais conseguia acompanhar. Ela se sentia invencível, no controle total da sua vida. 🙌
Mas, sem qualquer aviso, o cenário mudava.
A energia vibrante dava lugar a um cansaço profundo, uma tristeza que pesava no corpo e na alma. O telefone parava de tocar, não respondia mais as mensagens no WhatsApp – a mulher que queria conquistar o mundo mal conseguia sair da cama. A mente, antes um foguete de ideias, tornava-se um pântano de pensamentos negativos: “Eu sou um fracasso”, “Nada do que eu faço dá certo”, “Qual o sentido de tudo isso?”. Para as pessoas mais próximas, parecia apenas um “mau humor” passageiro, uma fase. Ninguém imaginava que ela estava vivendo em dois extremos de um mesmo e doloroso pêndulo.
Um dia, organizando umas caixas antigas, ela encontrou um diário da adolescência. Em uma página, descrevia com euforia a sensação de ter virado a noite estudando para uma prova e, na noite seguinte, ainda teve energia de sobra para sair com as amigas. Mas na página seguinte, escrita poucas semanas depois, um desabafo sombrio sobre se sentir vazia e desconectada de tudo e de todos.
Naquele instante, a reviravolta: ela percebeu que aquelas oscilações não eram traços de uma personalidade “intensa” ou “inconstante”, eram os dois polos de uma mesma condição. A euforia contagiante e a tristeza paralisante não eram eventos isolados, eram os dois lados de uma mesma moeda.
Essa gangorra emocional tem um nome e uma explicação técnica: chama-se Transtorno Afetivo Bipolar.
Mergulhando Fundo na Bipolaridade: O Que Realmente Acontece?
O Transtorno Bipolar, de acordo com o DSM-5-TR (o manual de referência para profissionais da saúde mental), é muito mais do que simples “mudanças de humor”. Sua característica central é a ocorrência de episódios de humor que se alternam, indo de picos de energia e euforia (mania ou hipomania) a vales de tristeza e desânimo (depressão).
Essa montanha-russa emocional causa prejuízos significativos na vida da pessoa, afetando relacionamentos, carreira e a capacidade de funcionar no dia a dia – e não é uma questão de escolha ou falta de força de vontade.
Os pontos-chave para entender o transtorno são os episódios de humor distintos:
Episódio Maníaco (O Topo do Mundo): Um período de, no mínimo, uma semana com humor anormalmente elevado, expansivo ou irritável, e um aumento persistente da energia. Para ser considerado um episódio de mania, devem estar presentes pelo menos três dos seguintes sintomas (quatro se o humor for apenas irritável):
- Autoestima inflada ou grandiosidade: Sentir-se no topo do mundo, mais importante ou mais capaz do que todos.
- Redução da necessidade de sono: Sentir-se descansada após apenas 3 horas de sono, por exemplo.
- Mais falante que o habitual ou pressão para continuar falando: A fala é rápida, quase impossível de interromper.
- Fuga de ideias ou sensação de que os pensamentos estão acelerados: A mente pula de um assunto para outro rapidamente. 🔥
- Aumento da agitação ou da atividade dirigida a objetivos: Envolvimento excessivo em múltiplos projetos ao mesmo tempo.
- Envolvimento excessivo em atividades com alto potencial para consequências dolorosas: Bebedeiras, compras desenfreadas, indiscrições sexuais, dirigir em alta velocidade – fazendo manobras arriscadas ou investimentos financeiros insensatos.
Importante: A mania é intensa e frequentemente causa problemas graves no trabalho, nos relacionamentos e pode até exigir hospitalização para garantir a segurança da pessoa.
Episódio Hipomaníaco: É uma versão menos severa da mania. Os sintomas são os mesmos, mas a duração é menor (pelo menos 4 dias consecutivos) e o episódio não é grave o suficiente para causar um prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional, nem para necessitar de hospitalização. Muitas vezes, a pessoa em hipomania se sente ótima, produtiva e criativa – quem está de fora pode não perceber que algo está errado.
Episódio Depressivo Maior (O Fundo do Poço): Um período de, no mínimo, duas semanas em que a pessoa apresenta um humor deprimido ou a perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades. Além disso, outros sintomas estão presentes, como:
- Alterações significativas de peso ou apetite.
- Insônia ou excesso de sono.
- Agitação ou lentidão psicomotora.
- Fadiga ou perda de energia.
- Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva.
- Dificuldade de se concentrar ou tomar decisões.
- Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio.
Existem diferentes tipos de Transtorno Bipolar, sendo os mais comuns o Tipo I (definido pela ocorrência de pelo menos um episódio maníaco) e o Tipo II (definido pela ocorrência de pelo menos um episódio hipomaníaco e um episódio depressivo maior).
O Caminho da Transformação: Acolhendo os Polos
Em resumo, o Transtorno Bipolar não é um defeito de caráter. É uma condição de saúde mental complexa, com fortes bases biológicas.
A ótima notícia? É possível aprender a navegar por esses mares. Você não precisa “brigar” com seus humores. A minha abordagem, a Hipnose Generativa, oferece um caminho diferente: acolher esses estados emocionais intensos, entender a mensagem por trás deles e transformá-los em aliados. É sobre fazer as pazes com a montanha e também com o vale. 🤝
A verdadeira transformação não está em tentar eliminar os polos, mas em aprender a caminhar sobre o pêndulo, encontrando o centro e o equilíbrio. É descobrir como usar a energia da euforia de forma criativa e construtiva, e como atravessar a tristeza com acolhimento e autocompaixão, sem permitir que nenhum dos extremos defina quem você é. 💚
Um Lembrete Importante… 🤗
Este post é uma conversa para iluminar o caminho e trazer mais clareza, mas ele não substitui uma avaliação profissional, ok? Ler sobre um tema é um passo incrível para o autoconhecimento, mas o autodiagnóstico pode ser uma armadilha perigosa, assim como a automedicação.
Se você se identificou com os pontos levantados, o passo mais gentil e eficaz que você pode dar por si mesma é conversar com um psicólogo ou médico de sua confiança. Combinado? 😉👍
