Recentemente, vimos um boom de notícias e julgamentos sobre adultos que cuidam de bebês reborn. A primeira reação de muitos é o espanto ou a crítica. Mas, antes de apontarmos o dedo, talvez seja interessante olharmos para o nosso próprio reflexo. Será que, de maneiras diferentes, não estamos todos buscando formas mais “seguras” de conexão?
Vivemos uma “epidemia de solidão” declarada pela OMS, e a verdade é que estamos trocando abraços apertados por emojis de coração ❤️. Humanos dão trabalho. Exigem tempo, paciência e nos confrontam com o desafio de criar vínculos reais. Em resposta a essa nossa dificuldade, o mercado tem sido criativo de maneiras surpreendentes.
Já existem profissionais que cobram 80 dólares por hora para oferecer carinho. Empresas, como a Rent a Friend, permitem alugar amizades por 40 dólares a hora. Na Coreia do Sul, o “mukbang” — assistir alguém comer pela tela — diminui a sensação de solidão de quem vive só. Até robôs sociais estão se tornando cuidadores de idosos no Japão.
O mais irônico? Essas soluções funcionam, ao menos superficialmente. Pesquisas mostram que um simples toque pode liberar ocitocina e diminuir a dor da exclusão social , e essas práticas apresentam efeitos positivos observáveis. O bebê reborn, nesse contexto, não é um fato isolado, mas um reflexo dos nossos tempos.
Contudo, aqui está o ponto central: o amor é uma necessidade biológica. Nosso corpo sente a solidão como um ataque físico. Satisfazer essa necessidade de forma parcial e artificial jamais será suficiente. Likes não substituem o amor, e um pet, por mais maravilhoso que seja, não substitui a complexidade de uma amizade humana.
Então, fica o meu desafio: que tal abraçar um humano hoje? 🤗 Lembre-se que amor é ação, é cultivo. Precisamos começar a imaginar novas e autênticas formas de estarmos juntos.
Que tal pararmos de colecionar substitutos e começarmos a cultivar gente? 🌱