Vamos direto ao ponto. A cena é familiar.
O mouse está parado sobre o botão “Enviar Proposta”. O telefone está na sua mão, pronto para fazer a ligação que fecha o grande negócio. Você está na linha de chegada do projeto que trabalhou por meses. E, de repente, você para.
Uma voz interna sussurra: “Melhor revisar só mais uma vez”. O foco desaparece. A procrastinação assume o controle. Você se pega rolando o feed, organizando planilhas desnecessárias ou respondendo e-mails irrelevantes. A oportunidade esfria.
O nome disso é autossabotagem. E, no nível mais profundo, é a sensação mais frustrante que existe: é uma autotraição.
Você se preparou, você deseja aquilo, você tem a competência. Mas, na hora H, a pessoa que te impede de vencer é você mesmo.
E se eu te dissesse que essa “traição”, na verdade, é a forma mais distorcida e trágica de lealdade?
Essa é a reviravolta inacreditável que muda o jogo.
O seu “sabotador” interno não é um inimigo. Ele é um guardião leal. Ele é leal a um pacto, a uma promessa que você fez a si mesmo há muito, muito tempo, provavelmente na infância, para se proteger de uma dor insuportável.
A sua mente de alta performance de hoje quer o sucesso, mas o seu sistema emocional é leal a promessas como:
1. A Lealdade à Criança Humilhada (A Síndrome do Impostor) Em algum momento (talvez com aquele “X” vermelho na prova), você se sentiu exposto, ridicularizado ou humilhado por um erro. Naquele dia, sua mente fez uma promessa: “Eu nunca mais vou ser pego desprevenido assim. Eu nunca mais vou ser uma fraude.” Hoje, quando você está prestes a alcançar um grande sucesso (a “exposição”), essa parte leal entra em pânico. Para ela, o risco de ser “descoberto” como uma fraude é maior do que o benefício da vitória. E para ser leal à promessa de “nunca ser humilhado”, ela te impede de jogar.
2. A Lealdade à Criança Solitária (O Medo do Isolamento) Em algum momento, você aprendeu que se destacar era perigoso. Talvez você tenha sido o “nerd” da turma, gerou inveja ou perdeu amigos. Naquele dia, sua mente fez um pacto: “Eu nunca mais vou ficar sozinho. Pertencer é mais seguro do que brilhar.” Hoje, quando seu sucesso está prestes a te colocar “acima” dos seus pares, essa parte leal puxa o freio. Para ela, o risco de gerar inveja e ficar sozinho é maior que o sucesso. Ela te sabota para garantir que você continue “pertencendo”.
Percebe? A sua sabotagem é um mecanismo de proteção que virou prisão. É uma lealdade a um contrato que já expirou.
A Virada de Chave 🔑: Renegocie o Contrato (O “CEO da Mente”)
Você não pode lutar contra uma lealdade. Você não demite seu funcionário mais leal. Você o promove, atualizando suas funções.
Em vez de lutar, acolha. Em vez de perguntar “Por que eu me saboto?”, pergunte como um CEO perguntaria a um funcionário antigo:
1. Reconheça a Lealdade: “Eu vejo você. Você é o ‘Protetor daquela criança humilhada’ / ‘Guardião que me manteve seguro no grupo’.”
2. Agradeça pelo Serviço: “E eu te agradeço imensamente. Por décadas, você cumpriu essa promessa e me protegeu com perfeição.”
3. Atualize o Contrato: “Mas eu sou o adulto agora. Eu tenho novos recursos. Essa promessa antiga não se aplica mais. Eu posso lidar com a exposição. Eu posso lidar com o sucesso. Seu trabalho não é mais me parar, seu trabalho agora é me dar cautela. Você está liberado dessa função antiga.”
Isso é Hipnose Generativa. Não é uma luta. É uma integração. É transformar o seu guarda mais assustado no seu conselheiro mais sábio.
A autossabotagem termina no momento em que a lealdade é reconhecida e renegociada. 🙏💚
